sexta-feira, outubro 13, 2006

Campanha contra o "Trabalho"

A partir desta data, esse humilde blog lança sua campanha contra toda e qualquer forma de "Trabalho". Segundo nosso entendimento, Ele representa uma ditadura mais implacável que quelquer outra vista até hoje. Pior, Ele não tem personificação, é um fantasma que domina corações e mentes em todo o mundo, muito mais que o medo dos terroristas árabes e cruzados. Mata muito mais que todas as guerras juntas. Aniquila culturas. Cria doenças.
Mas como não podemos deixar o bom humor de lado, começamos a campanha com uma suave crônica. Um abraço.
Alternativa viável

Malditos cinco minutos. E maldito seja o cidadão que teve a genial idéia de colocar a ferramenta "soneca" em todos os despertadores do mundo. A tentação é muito grande. O pequeno prazer de dormir só mais um pouquinho é logo substituído por uma feroz luta entre corpo, colchão, mente, travesseiros e cobertas. E os cinco minutos logo viram dez, que viram quinze, vinte, e já não vou tomar banho, trinta, café da manhã pra quê?, só mais um e já está decretado o atraso.
Pronto, outro dia que começa cheio de resmungos e mau humor. Água, água, água na cara e nada resolve. Este saco de ossos e músculos é arrastado novamente, quase inconsciente, para toda aquela infinidade de compromissos inúteis e sem graça que levam a vida.
O verdadeiro ópio do povo é o trabalho. A ilusão do emprego movimenta corações, mentes e toda a força disponível para algo impossível: não existe mais lugar para todo mundo. Governos são eleitos por esta ilusão. Chega a ser quase uma ditadura, como já havia percebido há um bom tempo Debord. Quem tem trabalho vive por ele, quem não tem vive pelo sonho dele.
Vejamos um escritório normal de uma empresa qualquer. Quantas pessoas realmente gostam de estar ali? Dependendo do dia ninguém. Talvez quando acontece alguma coisa muito boa na sua vida particular estas pessoas até nem se importem de trabalhar. Mas daí a realmente gostar do que está fazendo tem um bom caminho.
Ainda por cima começa a chover. Aquela chuvinha chata, de prenúncio de outono. Dias abafados e úmidos. Agora, além de mal humorado, fedido, atrasado e com fome vou chegar molhado. Tudo bem, já estou quase anestesiado.
Abro a porta e todos me olham. Nada de grandes problemas, afinal vou ocupar, no máximo, uns quinze segundos da mente de cada um. Talvez um pouco mais do meu chefe, que vai querer algum tipo de explicação. Só para constar.
Olhando a tela do meu computador não posso deixar de admirar os mendigos. Eles sempre estarão ali para nos lembrar que temos uma alternativa viável.

2 comentários:

Dani disse...

Ae Murizaço!
Vou participar de sua campanha contra o trabalho. Já estou redigindo um texto aqui para difamar esta invenção nefasta do homem.
Parabéns pelos textos! O do telefone é muito afudê. Aquele abraço, guri !

Anônimo disse...

Revolução!!!!!!!!!!!!!