Não custa nada um exercício de humildade. Vamos tentar entender como funciona a mente de um carro importado. Sim, porque deve existir um motivo para que se fale tanta merda sem noção.
Um ponto importante deve ser o histórico familiar. Sendo aqui do RS, as maiores chances são que provenha de um desses três troncos: estancieiros da fronteira, imigrantes italianos, imigrantes alemães. O carro importado sempre recorre ao fator história quando se vê acossado: “meus antepassados chegaram aqui sem nada e trabalharam muito para conquistar o que temos hoje”. De qualquer forma cabe notar que este patriarca da família TINHA TERRA, ou conquistada na ponta da faca, ou recebida do governo. “Mas as condições eram inóspitas”, defende-se o carro importado. Ninguém questiona o heroísmo do fundador do clã, porém o fato é que ele TINHA TERRA.
Passam-se os anos e a família torna-se urbana. Médicos, advogados, empresários, comerciantes, todos prontos para aumentar ou, no mínimo, manter as riquezas já conquistadas pelos ancestrais. Na sua mente está cravada a frase: “tu és o que tu tens”, forjada nas dificuldades de antanho. Ele a desenvolve em faculdades de administração e cursos de especialização no exterior (USA).
Se “tu és o que tu tens”, então por que dividir? A doutrina capitalista cai como uma luva sobre esse conceito que foi formado numa época onde as pessoas realmente precisavam lutar por seus bens. Se o lucro da tua empresa diminuir de 1 milhão para 900 mil, demite a mão de obra “excedente” e faz com que os outros trabalhem mais pelo mesmo preço. No próximo mês as contas estarão em dia.
O carro importado só pensa em trabalho. Ele tem uma mulher plastificada, a madame-carro-importado-sobrenome-importante, que usa para ostentar perante seu amigos. Sexo de verdade ele faz com outras, e ela com outros. Os filhos são bonecos tecnológicos criados em instituições que repetem à exaustão o mantra “tu és o que tu tens”. O carro importado acredita no que lê no jornal, porque é exatamente aquilo que ele pensa. Para ele, a Veja é a voz de Deus e a Folha de São Paulo é um jornal de “esquerda”.
Pois acontece que um dia o carro importado é convidado a dar sua opinião em um programa de TV. Conversa vai, conversa vem, e o assunto acaba no MST. Eis o que diz nosso amigo: “esses marginais deveriam estar todos presos. São bandidos que invadem a propriedade de pessoas honestas, que invadem empresas que estão investindo no progresso de nosso estado. Esses baderneiros não querem terra, eles querem acabar com a ordem do nosso Estado Democrático de Direito. A polícia deveria prender todos. Só com repressão vamos acabar com esses episódios que mancham o nome da nossa nação”.
Ele sai da emissora e volta para seu escritório de luxo e ar-condicionado com a certeza de que deu sua contribuição para o país.
No fim das contas, o carro importado esqueceu que ele só é o que é porque seus antepassados TINHAM TERRA. Ele não consegue pensar que se uma pessoa se sujeita a morar debaixo de lonas pretas na beira de uma estrada é porque ela já passou muita FOME. Ele não consegue pensar num mundo onde todos tenham oportunidade de fazer o que quiserem, pois ELE NÃO PODE FAZER O QUE QUER. Nosso amigo carro importado é um ESCRAVO DO DINHEIRO, e por isso não admite que outras pessoas queiram ser LIVRES.
Um ponto importante deve ser o histórico familiar. Sendo aqui do RS, as maiores chances são que provenha de um desses três troncos: estancieiros da fronteira, imigrantes italianos, imigrantes alemães. O carro importado sempre recorre ao fator história quando se vê acossado: “meus antepassados chegaram aqui sem nada e trabalharam muito para conquistar o que temos hoje”. De qualquer forma cabe notar que este patriarca da família TINHA TERRA, ou conquistada na ponta da faca, ou recebida do governo. “Mas as condições eram inóspitas”, defende-se o carro importado. Ninguém questiona o heroísmo do fundador do clã, porém o fato é que ele TINHA TERRA.
Passam-se os anos e a família torna-se urbana. Médicos, advogados, empresários, comerciantes, todos prontos para aumentar ou, no mínimo, manter as riquezas já conquistadas pelos ancestrais. Na sua mente está cravada a frase: “tu és o que tu tens”, forjada nas dificuldades de antanho. Ele a desenvolve em faculdades de administração e cursos de especialização no exterior (USA).
Se “tu és o que tu tens”, então por que dividir? A doutrina capitalista cai como uma luva sobre esse conceito que foi formado numa época onde as pessoas realmente precisavam lutar por seus bens. Se o lucro da tua empresa diminuir de 1 milhão para 900 mil, demite a mão de obra “excedente” e faz com que os outros trabalhem mais pelo mesmo preço. No próximo mês as contas estarão em dia.
O carro importado só pensa em trabalho. Ele tem uma mulher plastificada, a madame-carro-importado-sobrenome-importante, que usa para ostentar perante seu amigos. Sexo de verdade ele faz com outras, e ela com outros. Os filhos são bonecos tecnológicos criados em instituições que repetem à exaustão o mantra “tu és o que tu tens”. O carro importado acredita no que lê no jornal, porque é exatamente aquilo que ele pensa. Para ele, a Veja é a voz de Deus e a Folha de São Paulo é um jornal de “esquerda”.
Pois acontece que um dia o carro importado é convidado a dar sua opinião em um programa de TV. Conversa vai, conversa vem, e o assunto acaba no MST. Eis o que diz nosso amigo: “esses marginais deveriam estar todos presos. São bandidos que invadem a propriedade de pessoas honestas, que invadem empresas que estão investindo no progresso de nosso estado. Esses baderneiros não querem terra, eles querem acabar com a ordem do nosso Estado Democrático de Direito. A polícia deveria prender todos. Só com repressão vamos acabar com esses episódios que mancham o nome da nossa nação”.
Ele sai da emissora e volta para seu escritório de luxo e ar-condicionado com a certeza de que deu sua contribuição para o país.
No fim das contas, o carro importado esqueceu que ele só é o que é porque seus antepassados TINHAM TERRA. Ele não consegue pensar que se uma pessoa se sujeita a morar debaixo de lonas pretas na beira de uma estrada é porque ela já passou muita FOME. Ele não consegue pensar num mundo onde todos tenham oportunidade de fazer o que quiserem, pois ELE NÃO PODE FAZER O QUE QUER. Nosso amigo carro importado é um ESCRAVO DO DINHEIRO, e por isso não admite que outras pessoas queiram ser LIVRES.
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