“A Firma é forte”, diz a pichação no muro. Essa com certeza é, já que há mais de dois anos são os mesmos caras que controlam o negócio. Claro, alguns deles passam uma temporada na Fase, mas não dá nada, no fim de semana estão todos ali de qualquer jeito.
Quilombos modernos, meu amigo. No caminho de terra a tia (negra) do boteco olha desconfiada para o magrão de calça jeans, tênis, camisa pólo e mochila. Nunca se sabe. Pode ser dos hômi. Agora deram pra vir de táxi arrepiar a gurizada, e sem a gurizada não tem movimento, e sem movimento não tem a mixa de todo dia.
Na primeira quebrada estão eles, escondidos de quem olha da rua, reunidos num bando de cinco, falando merda como qualquer gurizada do mundo.
“E aí cabeça, que vai ser?”.
“Cinqüenta contos de maconha”.
“Ah, isso tem”.
Não estão vendendo pouco porque está no fim. A credibilidade da Firma é não deixar faltar para quem pega bem, quem é cliente. É um negócio como outro qualquer.
Ali estão, cinco rapazes, todos negros (Quilombos modernos, meu amigo), e um “playboy” de faculdade todo cagado fazendo cara de que não está preocupado. Que tal essa: o “playboy” vive com um terço do dinheiro que cada um deles fatura no mês com tráfico, pequenos furtos e bicos pelo Centrão. Por acaso vale a pena pagar pato no colégio, entrar na faculdade e ter que viver de salário mínimo? Aqui é todo mundo negrão e na Vila mais cedo ou mais tarde o cara empacota, então é melhor deixar como está, viver aqui e agora e já era.
“Aí meu, é verdade que lá por 92, 94, as gurias eram tudo limpinhas? Tipo, não tavam bichadas como essas de hoje?”.
“Acho que a maioria era”.
Nisso aparecem duas gurias (negras), uma grávida, outra com uma criança no colo. Olham o “playboy” com uma cara de “mas que otário” e vão seguindo seu caminho. Será que estão bichadas? Com certeza transaram sem camisinha. E as crianças?
A gurizada fala de bonés. O meu Adidas, o meu Nike, o meu não sei o que. De bonés para putas. As casas de massagem do Centro oferecem um bom pedaço de carne a 20 contos.
“Passei lá hoje de tarde, mas só tinha uma gostosinha. Os nego já tavam fazendo fila”. Que vida louca. Putas, drogas, doença, dinheiro.
“Aí meu, vou ligar pro cara, já ta demorando demais”.
“Sem pressa”.
“Não, mas depois tu toma um paredão de graça... aí fica ruim”.
“Pior”.
Nem precisou, lá vem o neguinho trazendo a encomenda.
“Ta meu, te manda”.
“Valeu”.
“Quando quiser tamos aí”.
Lá se vai o “playboy” e o encontro entre brancos e negros se encerra por hoje. Quilombos modernos, meu amigo.
Quilombos modernos, meu amigo. No caminho de terra a tia (negra) do boteco olha desconfiada para o magrão de calça jeans, tênis, camisa pólo e mochila. Nunca se sabe. Pode ser dos hômi. Agora deram pra vir de táxi arrepiar a gurizada, e sem a gurizada não tem movimento, e sem movimento não tem a mixa de todo dia.
Na primeira quebrada estão eles, escondidos de quem olha da rua, reunidos num bando de cinco, falando merda como qualquer gurizada do mundo.
“E aí cabeça, que vai ser?”.
“Cinqüenta contos de maconha”.
“Ah, isso tem”.
Não estão vendendo pouco porque está no fim. A credibilidade da Firma é não deixar faltar para quem pega bem, quem é cliente. É um negócio como outro qualquer.
Ali estão, cinco rapazes, todos negros (Quilombos modernos, meu amigo), e um “playboy” de faculdade todo cagado fazendo cara de que não está preocupado. Que tal essa: o “playboy” vive com um terço do dinheiro que cada um deles fatura no mês com tráfico, pequenos furtos e bicos pelo Centrão. Por acaso vale a pena pagar pato no colégio, entrar na faculdade e ter que viver de salário mínimo? Aqui é todo mundo negrão e na Vila mais cedo ou mais tarde o cara empacota, então é melhor deixar como está, viver aqui e agora e já era.
“Aí meu, é verdade que lá por 92, 94, as gurias eram tudo limpinhas? Tipo, não tavam bichadas como essas de hoje?”.
“Acho que a maioria era”.
Nisso aparecem duas gurias (negras), uma grávida, outra com uma criança no colo. Olham o “playboy” com uma cara de “mas que otário” e vão seguindo seu caminho. Será que estão bichadas? Com certeza transaram sem camisinha. E as crianças?
A gurizada fala de bonés. O meu Adidas, o meu Nike, o meu não sei o que. De bonés para putas. As casas de massagem do Centro oferecem um bom pedaço de carne a 20 contos.
“Passei lá hoje de tarde, mas só tinha uma gostosinha. Os nego já tavam fazendo fila”. Que vida louca. Putas, drogas, doença, dinheiro.
“Aí meu, vou ligar pro cara, já ta demorando demais”.
“Sem pressa”.
“Não, mas depois tu toma um paredão de graça... aí fica ruim”.
“Pior”.
Nem precisou, lá vem o neguinho trazendo a encomenda.
“Ta meu, te manda”.
“Valeu”.
“Quando quiser tamos aí”.
Lá se vai o “playboy” e o encontro entre brancos e negros se encerra por hoje. Quilombos modernos, meu amigo.
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