segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Piadas que se acham sérias

Como eu tenho um certo tempo livre, gosto de brincar um pouco na internet. Uma das coisas que mais me diverte é olhar os blogs e sites da direita. Algumas coisas são fantásticas. O site da Veja, então, é um prato cheio para uma manhã feliz. Essa semana começa pela própria capa da revista, com sua manchete “Já vai tarde” sobre Fidel. Um dos grandes momentos do jornalismo isento. Que tal a introdução da matéria:

“O ditador entrega o comando direto do país ao irmão, abre caminho para mudanças mas fica ainda como um fantasma assombrando o povo e preservando sua tenebrosa herança.”

Que momento da Veja. E eles realmente se levam a sério. Mas a melhor parte do site é mesmo a seção de colunistas. O Diogo Mainardi todos conhecemos. Mas dessa vez ele se superou: conseguiu fazer uma auto-tiração de onda:

“É mais uma figura grotesca que some da nossa frente. Depois de renunciar ao mandato, ele quer se dedicar apenas ao seu trabalho como colunista da imprensa. É o lugar ideal para ele: o colunismo está cheio de zumbis. Quer um blog, Fidel?”

Já estou até imaginando Fidel e Mainardi lado a lado numa página de jornal. Seria fascinante. O Fidel com toda aquela calma, falando sobre suas teorias e o Mainardi esperneando, xingando a torto e direito para arrancar aplausos da zona sul carioca.
Agora, eu que sou ignorante, descobri o melhor de todos: Reinaldo Azevedo. Esse cara vai me render pelo menos uma semana de boas risadas. Que tal essa pérola:

“Mas, afinal, o que é que uma minoria sectária e “piscopateta” tanto odeia em nós? Coerência intelectual, vergonha na cara, decoro, senso de justiça — qualidades estas que não podem conviver com o stalinismo remanescente ou com o jornalismo dos mascates, tocadores de tuba, ratazanas, “dualéticos”, isentistas e porta-sacos do oficialismo.”

Já falei que sou ignorante. Fico a me perguntar o que seria um “jornalismo dos mascates, tocadores de tuba, ratazanas, “dualéticos”, isentistas e porta-sacos do oficialismo”. Eu, que estou iniciando na profissão, deveria me inspirar mais nessas pessoas. Apesar de escrever esse tipo de coisa totalmente sem sentido eles arrancam aplausos da turma dos carros importados. Talvez seja por isso que vivemos nesse clima de esterilidade pós-moderna. Para eles, todos os artistas e intelectuais são comunistas comedores de criancinhas. Quem presta mesmo é James C. Hunter, autor de “O monge e o executivo”. Sugiro para os que seguirem meus passos e resolverem dar uma olhadinha por lá que leiam os comentários. Só pérolas. Amanhã coloco algumas aqui no blog. Esse texto já ficou comprido demais. Hasta Luego!!!

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Tudo igual

“Admitir que as pessoas estejam obtendo o que desejam através da imprensa é admitir, também, que os homens e mulheres que a dirigem conheçam algo a respeito do povo. Eles, porém, nada sabem acerca do povo. (...) E a razão de não poderem fazê-lo é existir o que se chamam classes. As classes superiores não compreendem as inferiores; são incapazes de compreendê-las. Todo detalhezinho de sua educação os afasta da possibilidade de compreendê-las. A mass media é formada por um grupo de pessoas que estão à procura de dinheiro e poder. A razão não está no fato de terem elas qualquer noção moral, qualquer noção interior de um objetivo, de um ideal pelo qual seja digno lutar, morrer, se se é suficientemente destemido. Não, a razão por que desejam o poder é por ser este o único meio de aliviá-las da profunda doença que as atacou. Que atacou a todos nós. A doença do século XX. Não há espaço psíquico para todos nós. A lei de Malthus passou da procriação excessiva de corpos para a mediocrização excessiva de almas. As mortes não ocorrem nos campos de batalha ou devido à desnutrição; ocorrem no cérebro, na própria alma.”

O texto acima é parte da resposta de Norman Mailer a uma pergunta de Paul Krassner sobre a mídia de massa. A entrevista faz parte da coletânea de textos Cartas abertas ao presidente, de Mailer, que foi lançada em 1964. Por acaso mudou alguma coisa?

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Ah, as manchetes...

“Se não tem o que falar, fica quieto”. Quantas vezes ouvi isso da minha mãe.....
Pois é, mas parece que o pessoal que trabalha ali na Avenida Ipiranga / Érico Veríssimo não ouviu. Só para variar, uma manchete fantástica no site do jornal:

“Governo silencia sobre sucessão após renúncia de Fidel”

Primeira frase:

“As fontes governamentais e a imprensa cubana fazem silêncio absoluto sobre quem será o novo chefe de Estado um dia após o anúncio de que Fidel Castro não deseja ser eleito presidente no próximo domingo, quando o Parlamento estiver reunido”. Nesta frase, duas constatações:

1. Não houve renúncia. Fidel anunciou que não deseja ser eleito presidente.
2. A eleição é domingo. Como eles vão saber quem vai ser o presidente?

Se não tinham nenhuma manchete para dar sobre a saída de Fidel, que ficassem quietos. Só mais uma coisinha. Que estranho, eleições em Cuba. E a ditadura, onde fica?

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Como fabricar uma manchete mentirosa

As palavras são traiçoeiras. Resumir um fato numa frase pode parecer simples, mas é um drama com o qual nós, jornalistas, nos debatemos todos os dias. Cada órgão de imprensa tem a sua visão sobre a realidade, e isso fica claro na maneira como constroem suas manchetes.
Ontem, o Comandante Fidel anunciou que não aceitará ser reconduzido ao poder pela Assembléia do Poder Popular de Cuba, que se reúne no próximo dia 24. Ele falou em renúncia? Não. Mas até aí tudo bem, podemos encarar o fato como uma renúncia.
No entanto, a comparação a que me proponho tem a ver com os desdobramentos do anúncio. Comparem as duas manchetes a seguir:

“Chávez diz que renúncia de Fidel é prova de ‘desprendimento’”

“Chávez resiste em reconhecer aposentadoria de Fidel”

A primeira é da BBC e a segunda da Zero Hora. Ambas foram baseadas no mesmo discurso do presidente venezuelano. O que Chávez quis dizer é que Fidel não renunciou às suas obrigações perante a Revolução Cubana, simplesmente tem consciência de que não pode seguir com suas obrigações de presidente devido ao seu estado de saúde. O texto da reportagem de Zero Hora é claro sobre isso. E por que a manchete “Chávez resiste em reconhecer aposentadoria de Fidel”? O próprio texto a contradiz.
O texto e a manchete da BBC, por outro lado, estão em plena coerência. Pegaram o inusitado, que seria o “desprendimento” (sim, chega a ser engraçado falar de desprendimento depois de meio século de liderança), e desenvolveram o texto com base nessa declaração.
O entendimento de Chávez é o mesmo que expus no segundo parágrafo deste texto: Fidel não renunciou. Um manchete justa, se quisessem dar o mesmo enfoque da Zero Hora, seria: “Chávez diz que Fidel não renunciou”. Mas sabemos que a Zero Hora faz parte da direita troglodita. Inventam manchetes para desmoralizar a esquerda latino-americana. Assim, acabam brigando com a notícia.
Aí estão os links para que os leitores façam sua própria comparação:

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Mundo&newsID=a1771653.xml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/02/080220_fidelvenezuela_cj_ac.shtml

terça-feira, fevereiro 19, 2008

La mensaje del comandante en jefe

Bem, amigos, enfim chegou o momento. Eric Hobsbawm já havia previsto que o Século XX só terminaria quando Fidel deixasse o poder em Cuba. Agora nos resta saber até quando Raul Castro conseguirá segurar a situação. Muita coisa vai acontecer na ilha que é a pedra no sapato dos EUA. Mas o Comandante já avisou que vai estar olhando tudo de perto....

Transcrevemos aqui o documento histórico.

"Queridos compatriotas:

Prometi na última sexta-feira, 15 de fevereiro, que a próxima reflexão abordaria um tema de interesse para muitos compatriotas. Este artigo adquire esta forma de mensagem.Chegou o momento de postular e eleger o Conselho de Estado, seu presidente, vice-presidentes e secretário. Desempenhei o honroso cargo de presidente por muitos anos. Em 15 de fevereiro de 1976 foi aprovada a Constituição Socialista por voto libre, direto e secreto de mais de 95% dos cidadãos com direito de voto. A primeira Assembléia Nacional foi constituída em 2 de dezembro do mesmo ano e elegeu o Conselho de Estado e a sua Presidência. Antes, exerci o cargo de primeiro-ministro durante quase 18 anos. Sempre dispus das prerrogativas necessárias para levar adiante a obra revolucionária com o apoio da imensa maioria do povo. Conhecendo o meu estado crítico de saúde, muitos no exterior pensavam que a renúncia provisória ao cargo de presidente do Conselho de Estado, em 31 de julho de 2006, que deixei nas mãos do primeiro-vice-presidente, Raúl Castro Ruz, era definitiva. O próprio Raúl, que ainda ocupa o cargo de Ministro das Forças Armadas Revolucionárias por méritos pessoais, e os demais companheiros da direção do Partido e do Estado, foram resistentes a considerar-me afastado de meus cargos, apesar de meu precário estado de saúde. Era incômoda minha posição frente a um adversário que fez de tudo para se desfazer de mim, e em nada me agradava comprazê-lo. Mais adiante pude alcançar novamente o domínio total da minha mente, a possibilidade de ler e meditar muito, obrigado pelo repouso. Me acompanharam as forças físicas suficientes para escrever por muitas horas, as quais compartilhei com a reabilitação e os programas pertinentes de recuperação. Um elementar sentido comum me indicava que esta atividade estava ao meu alcance. Por outro lado, me preocupo sempre, ao falar da minha saúde, em evitar ilusões que no caso de um desenlace adverso, trariam notícias traumáticas ao nosso povo no meio da batalha. Prepará-lo, psicológica e politicamente, para minha ausência, era minha primeira obrigação após tantos anos de luta. Nunca deixei de assinalar que não se tratava de uma recuperação "isenta de riscos". Meu desejo sempre foi cumprir o dever até o último sopro. É o que posso oferecer. "A meus queridos compatriotas, que me deram a imensa honra de me eleger recentemente como membro do Parlamento, em cujo seio devem ser adotados acordos importantes para nossa Revolução, comunico que não aspirarei e nem aceitarei - repito - não aspirarei e nem aceitarei o cargo de Presidente do Conselho de Estado e Comandante-chefe." Em breves cartas dirigidas a Randy Alonso, diretor do programa 'Mesa Redonda' da televisão nacional, que foram divulgadas por minha solicitação, foram incluídos discretamente elementos da mensagem que hoje escrevo, e nem sequer o destinatário das mensagens conhecia meu propósito. Confiei em Randy porque o conheci bem quando ele era estudante universitário de Jornalismo, e me reunia quase todas as semanas com os principais representantes dos alunos, que já eram conhecidos como o coração do país, na biblioteca da ampla casa de Kohly, onde se abrigavam. Hoje, todo o país é uma imensa universidade.

Parágrafos selecionados da carta enviada a Randy em 17 de dezembro de 2007:

"Minha mais profunda convicção é de que as respostas aos problemas atuais da sociedade cubana - que possui uma média educacional próxima de 12 graus, quase um milhão de pessoas com ensino superior completo e a possibilidade real de estudo para seus cidadãos sem nenhuma discriminação - requerem mais soluções para cada problema concreto do que as contidas em um tabuleiro de xadrez. Nenhum detalhe pode ser ignorado, e não se trata de um caminho fácil, se é que a inteligência do ser humano em uma sociedade revolucionária prevalece sobre seus instintos. Meu dever elementar não é me perpetuar em cargos, ou impedir a passagem de pessoas mais jovens, mas fornecer experiências e idéias cujo modesto valor provém da época excepcional que pude viver. Penso como (Oscar) Niemeyer que é preciso ser conseqüente até o final".

Carta de 8 de janeiro de 2008:

"Sou decididamente partidário do voto unido (um princípio que preserva o mérito ignorado). Foi o que nos permitiu evitar as tendências de copiar o que vinha dos países do antigo bloco socialista, entre elas a figura de um candidato único, tão solitário e ao mesmo tempo tão solidário com Cuba. Respeito muito aquela primeira tentativa de construir o socialismo, graças à qual pudemos continuar o caminho escolhido. Tinha muito presente que toda a glória do mundo cabe em um grão de milho. Trairia minha consciência ocupar uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total quando não estou em condições físicas de oferecer isso. Explico sem dramaticidade. Felizmente nosso processo conta ainda com quadros da velha-guarda, junto a outros que eram muito jovens quando começou a primeira etapa da Revolução. Alguns quase crianças se incorporaram aos combatentes das montanhas e depois, com seu heroísmo e suas missões internacionalistas, encheram de glória o país. Contam com autoridade e experiência para garantir a substituição. Dispõe igualmente nosso processo da geração intermediária que aprendeu conosco os elementos da complexa e quase inacessível arte de organizar e dirigir uma revolução. O caminho sempre será difícil e exigirá o esforço inteligente de todos. Desconfio dos caminhos aparentemente fáceis da apologética, ou da autoflagelação como antítese. É preciso se preparar sempre para a pior das hipóteses. Ser tão prudentes no êxito quanto firmes na adversidade é um princípio que não pode ser esquecido. O adversário a derrotar é extremamente forte, mas o mantivemos longe durante meio século. Não me despeço de vocês. Desejo apenas lutar como um soldado das idéias. Continuarei a escrever sob o título 'Reflexões do companheiro Fidel'. Será mais uma arma do arsenal com o qual se poderá contar. Talvez minha voz seja ouvida. Serei cuidadoso.

Obrigado

Fidel Castro Ruz

18 de fevereiro de 2008"

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Filosofia na Rua da Praia

Estava eu andando à deriva pela Rua da Praia, quando encontro meu amigo Jorge. Este jovem senhor, para sobreviver, vende refrigerante e cerveja no Gasômetro e no Beira Rio em dias de jogo. O Jorge anda preocupado com as coisas que acontecem na nossa sociedade. Ficamos umas boas horas falando ali, de pé na calçada, sobre os mais variados temas. Quer dizer, fiquei ouvindo, porque o cara é bom de discurso.

Violência: “Se tu vai lá na vila onde eu moro, ninguém vai mexer contigo. E se acontecer alguma coisa, alguém roubar um morador ou uma visita, o chefe do lugar intima o vagabundo. Ou ele se aquieta e não rouba mais, ou some. Eu me sinto seguro lá. Já aqui no Centro, andando entre universitários, jornalistas, como o amigo, advogados, engenheiros, a nata da sociedade, eu sou achacado pelo próprio Estado. Não foi uma nem duas vezes que os brigadianos ROUBARAM, isso mesmo, ROUBARAM a minha caixa de isopor, que é o meu ganha-pão. E os universitários e cidadãos todos lá, olhando. Ninguém levantou a voz ou fez qualquer coisa para me defender....”

Filosofia política: “O Estado Democrático de Direito, que é esse que nós temos, só serve para sustentar a exploração que vemos por aí. É um Estado criado pelas pessoas que ocupam as mais altas camadas da sociedade, que obviamente não querem perder o seu privilégio. É um modelo de Estado que oprime o cidadão que sustenta toda a máquina. Já o Estado de Filosofia e Direitos dos Cidadãos (invenção dele) é um estágio onde não existirá a subordinação de um cidadão perante o outro. Meu direito será tão sagrado quanto o direito de Doutores e Senhores....”

Universidade: “Esses jovens que se formam nos bancos da Ufrgs, ou qualquer universidade, não têm a menor noção do que se passa no mundo real. Não conseguem desenvolver um raciocínio em termos de Sociologia, de Filosofia. A questão básica é que 80% da população vive na favela, ou nas vilas, como preferem chamar, e eles continuam achando que o mundo real é aquele que se vê na TV, nos jornais. Da vila só sabem que é lugar de vagabundo, ou onde mora o seu Zé, porteiro do prédio...”

Acho que já chega. Dá para imaginar a figura que é o seu Jorge. Mais uma vez fica a lição de que a verdade está nas ruas, no contato com as pessoas. O povão é quem vive a realidade do País, quem estiver longe do povo está longe do real. Essa é a lição que nós não podemos esquecer nunca.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Nação Lakota

Touro Sentado

“We are no longer citizens of the United States. We offer citizenship to anyone provided they renounce their U.S. citizenship”.

Essas são palavras de Russell Means, líder dos índios Lakotas, mais conhecidos como os Sioux, dos Estados Unidos. Desde dezembro, a proclamada Nação Lakota ocupa em torno de 200 mil Km² entre os estados de Nebraska, Dakota do Norte e do Sul, Montana e Wyoming. Em pronunciamento na Plymouth Congregational Church em Washington, no dia 19 de dezembro de 2007, os líderes Lakotas consideraram nulos os mais de 33 tratados assinados com os Estados Unidos ainda no Século XIX. Russell segue assim a tradição de grandes líderes, como Touro Sentado, Cavalo Doido e Nuvem Vermelha. Segundo eles, o governo norte-americano promove um verdadeiro genocídio (mais um...) em relação ao seu povo. A expectativa de vida de um homem Lakota é de apenas 44 anos e 97% da sua população vive abaixo da linha da pobreza. A mortalidade infantil é 300% maior que no resto do país. 85% das pessoas estão desempregadas. Um terço das casas não tem água tratada e 40% delas não tem eletricidade. O alcoolismo e o uso de drogas pesadas afeta 8 em cada 10 famílias.
Este é apenas mais um capítulo da luta que consome a comunidade indígena de todas as Américas. Nós, e digo “nós” porque me refiro a todos os brancos, não temos a menor consideração e respeito pelos povos que são os verdadeiros donos desse chão. Os índios de todas as etnias vivem em condições sub-humanas. Tive o privilégio de conviver um tempo com os Kaingangues da área indígena da Guarita. Apesar de sua cultura ter sido quase completamente aniquilada por mais de 200 anos de exploração, eles seguem na luta para preservar seus costumes e tradições. Um luta árdua e sem perspectivas de vitória, a não ser que tomemos consciência da verdadeira história do nosso continente.


Este é o livro para entender um pouco mais sobre os índios norte-americanos

Ps.: Este artigo foi escrito com informações da revista Caros Amigos, Agência AFP e Finalcall.com News.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Waterboarding

Os Estados Unidos sempre surpreendem. Pois eis que este belo país, potência e guia inegável do mundo ocidental, está em vias de, neste ano de 2008, abolir a forma de tortura chamada “waterboarding”. O “mergulhão”, como é mais conhecido por aqui, consiste em simular o afogamento do interrogado em um tanque ou jogando água pelas narinas. Segundo consta, esse é o método predileto dos agentes da CIA para obter as confissões de terroristas.
Mas os Estados Unidos, como nação avançada que é, votou em seu Senado o fim dessa prática de tortura. Foram 51 votos contra o “waterboarding” e 45 a favor. Só tem um probleminha a ser resolvido: assessores do presidente Bush o aconselharam a vetar o projeto. Provavelmente entre eles deve estar um tal de Michael Mukasey, Secretário de Justiça, que considera a simulação de afogamento como uma forma normal de interrogatório.

Um dia desses a gente (Brasil) chega lá. Enquanto isso, como é bom termos os gloriosos irmãos do norte como guias espirituais.....

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Devaneios....

Devaneios sobre notícias e constatações:

- Água é mais cara que gasolina. Pare num posto e entre na loja de conveniência. 500ml de água custam R$1,50, ou seja R$3 o litro. A gasolina está entre R$2,40 e R$2,50.

- Lucro recorde dos bancos é pago por você. A maior parte da receita dos bancos vem dos juros cobrados sobre empréstimos para pessoas físicas e jurídicas. Itaú e Bradesco lucraram em torno de 8 bilhões de reais em 2007. Alguém imagina quanto dinheiro seja isso? Ah, e garanto que os bancários farão novamente protestos contra os salários impróprios que recebem. Ou seja, essa grana toda some na mão de uma meia dúzia.

- Terroristas serão julgados. Os terroristas responsáveis pelos ataques às Torres Gêmeas serão julgados nos EUA. Depois de uma temporada de 5 anos em Guantánamo, tudo o que a acusação conseguiu de provas foi a confissão dos supostos terroristas. Claro, nem passa pela nossa cabeça que os rapazes tenham sido torturados....

- A NET tem um 0800. Sim, a maldita empresa de telefone/TV/internet só anuncia seu número pago, o famigerado 4004blábláblá. Mas eles são obrigados por lei a ter um número de graça para os clientes. E, pasmem, o atendimento é rapidinho. Claro, no 0800 são eles quem pagam a conta, não o idiota do assinante. Anote aí:
NET Tv e Fone - 08007210029
NET Vírtua - 08007010358

- Safra recorde. O IBGE projeta uma safra recorde de grãos para o Brasil, o que alarga o sorriso dos políticos e ruralistas. As regiões que tiveram maior aumento foram Centro-oeste, Norte e Nordeste. O que fica entre eles? Um prêmio para quem acertar....
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Só para terminar: você já pensou que aquele guri que te pede uma moedinha pode realmente estar com fome?

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Balanço das férias

Voltei. Foi uma semana que valeu por um mês. Pelo menos o dinheiro gasto foi por aí...., mas foi muito bem gasto. Dessa experiência surgem algumas constatações:
- Santa Catarina, apesar de todos seus problemas, é um estado que está anos-luz à frente do Rio Grande do Sul. Talvez seja o clima de Floripa, onde tudo fica melhor e mais fácil, mas a impressão é que as pessoas trabalham porque gostam. Ganhar o suficiente para viver uma boa vida é o suficiente. O que me faz pensar que precisamos urgentemente limpar o Guaíba. Quem sabe assim os porto-alegrenses começam a se preocupar menos com a acumulação, passar a perna nos outros, dinheiro, condomínios fechados e carros importados.
- O Rock'n'Roll não morreu. Existe um grande movimento independente que, apesar de todo o boicote da imprensa, faz as pedras rolarem Brasil afora. Temos alguns heróis, alguns vilões, mas no geral a coisa tende a dar certo. É preciso criarmos redes para que esse sentimento se desenvolva. Este blog (menos) e a Rádio Web Putzgrila (mais) são, ou pretendem ser, ferramentas para isso.
- A natureza deve ser defendida de toda e qualquer maneira. Se você é daqueles que pensam "deus me livre me meter no mato", saiba que ainda existem pessoas que gostam de tomar banho de cachoeira, respirar o cheiro das ervas, ouvir os pássaros e animais.
Uma viagem sempre muda a vida, algumas mais, outras menos. Seu Cossio continua Seu Cossio, mas com muita coisa a mais.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Folga

Era isso. Uma semana de pernas pro ar.
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Não me procurem, não vai adiantar.....