terça-feira, maio 20, 2008

O dia em que salvei o Rock'n'Roll

Sexta-feira saí do trabalho por volta das 22 horas (o popular 10 da noite, como diria minha amiga Cati Carpes), totalmente sem destino. Só sabia de uma coisa: queria beber e curtir um Rock’n’Roll.
Até agora descobri que Joinville tem três bares de Rock. Como eu estava com o espírito de porco à flor da pele, optei pelo mais underground deles, o Old Bar. Mas antes de entrar num ambiente escuro e enfumaçado para encher os cornos de cerveja precisava comer alguma coisa. Eis que esta bela cidade oferece uma ótima alternativa para os boêmios classe C: xis a R$1,25. Claro que não é uma maravilha de comida, mas o objetivo era só tapar o buraco da úlcera mesmo.
Depois da farta janta, achei melhor começar os trabalhos no boteco. Afinal, nunca se sabe o preço que teremos que pagar nesses bares. Encostei a bicicleta na mureta que dá para a rua e mandei baixar uma gelada, “bem gelada, por favor”.
Saciada a primeira parte da sede parti em busca de um lugar para deixar a “zica” (é como eles chamam a bicicleta aqui). No posto de gasolina sequer olharam na minha cara. A sorte foi achar um estacionamento com um carioca gente boa que colocou meu meio de transporte na sua sala.
Tudo pronto e ajustado, comprei mais uma latinha e fui para frente do bar. Eis que lá chegando, me deparo com a dona do estabelecimento, mais os seguranças e funcionários da casa, olhando apavorados para um brigadiano que folheava uma pasta cheia de documentos.
“Esse alvará está vencido, a vigilância sanitária precisa fazer uma nova inspeção, não tem aqui autorização para música ao vivo”, etc., etc., etc., e a mulher cada vez mais desesperada. “Mas o senhor tem que entender que a burocracia é lenta, como pode ver já está tudo encaminhado”. E ele nada, impassível, explicando que teria que chamar o fiscal da prefeitura para fechar a casa. Não me controlei e resolvi fazer parte da conversa.
- Com licença senhor, qual é o problema aqui?
- O bar está com os alvarás vencidos.
- Bem, mas o senhor já viu que está tudo encaminhado, e é difícil acreditar que todos esses papéis - realmente tinha uma pilha deles - não sirvam para nada.
- Na verdade o problema maior nem é esse, é o barulho que esse pessoal que fica aqui na frente faz. Aliás, quem é o senhor?
- Sou só um cidadão, cliente do estabelecimento.
Ele me olhou e decidiu continuar contando que teria que fechar o bar, chamar o fiscal e só se ele fosse muito camarada deixaria o bar funcionar essa noite. “Puta que o pariu!”, pensei, “só porque eu quero curtir um Rock’n’Roll! Não admito que justo hoje vão fechar a bodega”.
- Com licença meu amigo, se o senhor me permite uma palavra.
- Sim.
- Na minha opinião, se o problema maior é na rua, a responsabilidade é do poder público. Quanto à situação do estabelecimento nós já vimos que está sendo resolvida, só emperra na complicação da burocracia.
- Sim, mas o bar é a causa dessa aglomeração de gente aqui. Nós também já notificamos o posto ali da esquina.
- Bom, garanto que a proprietária do bar gostaria que estivessem todos lá dentro. Garanto para o senhor que ela também acha essa aglomeração ruim para seus negócios. Além disso, o posto está funcionando, e lá tem muito mais gente na rua do que aqui. Isso que, como o senhor mesmo disse, eles já foram notificados.
- É, pois é....
- Quem sabe a gente faz um acordo aqui: o senhor dispersa a aglomeração e os seguranças do bar se encarregam de não deixar se formar novamente. A proprietária do bar faz uma pressão para encaminhar os papéis e na próxima semana o senhor volta acompanhado dos fiscais para averiguar a situação. Até porque não vamos fazer o cidadão sair de casa a essa hora, quase meia noite.
- É, acho que é justo. Ficamos assim então: o bar fica aberto até as duas da manhã, a senhora encaminha os papéis e o senhor (segurança) se responsabiliza em dispersar o pessoal.
- E quem estiver dentro do bar às 2?
- Quem estiver dentro pode ficar, só não entra mais ninguém.
Todos concordam com as exigências, mal segurando o riso em frente ao oficial da lei e da ordem. Quando ele sai, os músicos vêm me agradecer: “valeu aí cara, já estava pensando que a gente não ia tocar”. Eu não fiz nada de mais, só queria curtir uma noite de Rock. O pior é que quando pedi um desconto na entrada, a dona do bar se negou! Disse que tinha que pagar as bandas e tal....
Tudo bem. Fiz um monte de amigos lá dentro e voltei para casa com a certeza de que pelo menos uma vez na vida eu salvei o Rock’n’Roll.

4 comentários:

Dani disse...

Tá agitando aí em SC, rapá...
Muito massa, a parte da zica ficou engraçada. Grande Murizão, o salvador do Rock´n´roll!

Môr Säge disse...

HUhauauauah.... já mudou tudo então... Foi-se o "Jah provides"... agora é Muri mesmo! Hihihi, Beijocas guri, saudade de ti!

Anônimo disse...

num aguento mais vc vo te bota no saco e te manda pah otro pais
bah mais ki pena nem o otro pais vai te aguentar vao tudo te mandandu de paise a pais



fora yeda !!!!!!!!!!

paolla disse...

num aguentu mais vc vo te bota no saco e te manda pahs conchinchinas mas eu acho ki ate la eles num vao te aguentar e vao te mandar pah china póde ser ki lah se num resolver vc vai i sempre se mudandu de pais a pais e e ai pode ser ki vc mude em fazer suas sujeirinhas ......



fora yeda!!!!!!!!!
bjuzzzz