quinta-feira, novembro 24, 2011

O fim da era Berlusconi (ou a certeza de que o poder não é mais político)

Acabei de me dar conta que nunca escrevi nada sobre esse grande personagem chamado Berlusconi. É impossível negar: o cara é uma figura. Em plena Itália, vizinho ao Vaticano, o camarada Berlú dava festas de arrepiar com drogas, sexo e.... Rock’n’Roll duvido muito, mas as “Sweet Sixteen” com certeza estavam lá. E o cara gastou muito dinheiro, principalmente pra pagar todo o cordão dos puxa-sacos que o sustentou no poder por todos esses anos. Inclusive é difícil para um brasileiro ignorante como o cara saber como um presidente, que não é presidente, porque o presidente é o velho Napolitano, fica no poder sem ninguém ter votado nele. Sério. Desde que cheguei aqui venho perguntando às pessoas em quem elas votaram e ninguém, absolutamente ninguém, votou no Berlusconi ou no seu partido. Coisas da Itália. Mas o pior mesmo do Berlusconi é que ele estava tão concentrado na buceta que se esquecia que tinha um país pra comandar. Ele não conseguia nem acontentar a direita, os empresários, o mercado financeiro, bem, toda aquela gente que realmente manda no mundo. O Banco Central Europeu tinha pedido pra ele como que a Itália ia enfrentar a crise, tipo botando uma pilha pra que ele fizesse alguma coisa como um plano econômico. O Papi óbvio que não levou a sério, afinal a crise era só uma invenção dos comunistas que queria lhe tirar o poder. E depois, que crise, já que os restaurantes continuam cheios, as pessoas seguem comprando carros, as menininhas continuam de pernas abertas, a máfia continua mandando em metade do país. Tudo igual como sempre foi. Mas como o mundo hoje em dia não é mais dos políticos (do povo já faz muito, muito tempo que não é), deram um jeito de tirar o homem de lá. No seu lugar está um fantoche do mercado, que simplesmente obedecerá tudo o que o BCE der como diretrizes. E o povo italiano assiste a tudo isso praticamente de braços cruzados, como uma novela do mundo moderno. O problema é que quem se fode nessa trama é próprio ele, o povo.

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