Acabei de ler O segredo de Joe Gould, de Joseph Mitchell. É uma bela obra que fala do que existe de mais importante: as coisas simples. Joe Gould é um mendigo boêmio e intelectual, formado em Harvard, que dedica sua vida a escrever uma obra chamada História Oral. Com esse “godô” ele vai tirando uma grana dos turistas e metidos a artistas que transitam pela noite de Nova Iorque.
É característico de Mitchell procurar personagens e situações típicos da sua cidade. Dessa forma ele revela a essência de Nova Iorque, o que não está estampado nos letreiros nem nos arranha-céus.
Me fez pensar muito em Porto Alegre. As conversas que tive com o Bigode, também mendigo, também artista. Seu Jorge, que é o filósofo da Rua da Praia. Afonso, dono do Rossi Bar, meu professor de Rock e Blues. Marinho, a salvação do fim de noite. O pessoal do Beira Rio, Ma.Ca.Co., Camarão, os irmãos do bar. Irmãos como os rockers dessa cidade, Nano, Rafa, Raul, Serafini, Prego.....são tantos, e tão poucos. Nessa cidade cada rua tem uma história que merece ser vivida e contada. As putas de rua e de carros importados. Os cafetões de botecos e multinacionais. O eufemismo que criamos para nossas favelas (vilas), incorporado por um povo que só quer viver. Porto Alegre é uma cidade negra na cor da pele, é só prestar atenção. Tem praia, e se nossos pais não tivessem sido tão irresponsáveis estaríamos tomando banho no Gasômetro. Essa cidade tem cheiro de mijo e maconha, porque aqui todo mundo fuma e mija na rua. Aqui eu escolhi viver e não sei se agora abandono tudo de uma vez. Aqui me sinto em casa porque conheço todo mundo.
Será que conheço Porto Alegre? Sempre busquei o que existe de verdadeiro aqui. Como Joseph Mitchell, procurei as entranhas de minha cidade. Não existe ruim nem bom, existe Porto Alegre, e quem a ama gosta assim mesmo.
É característico de Mitchell procurar personagens e situações típicos da sua cidade. Dessa forma ele revela a essência de Nova Iorque, o que não está estampado nos letreiros nem nos arranha-céus.
Me fez pensar muito em Porto Alegre. As conversas que tive com o Bigode, também mendigo, também artista. Seu Jorge, que é o filósofo da Rua da Praia. Afonso, dono do Rossi Bar, meu professor de Rock e Blues. Marinho, a salvação do fim de noite. O pessoal do Beira Rio, Ma.Ca.Co., Camarão, os irmãos do bar. Irmãos como os rockers dessa cidade, Nano, Rafa, Raul, Serafini, Prego.....são tantos, e tão poucos. Nessa cidade cada rua tem uma história que merece ser vivida e contada. As putas de rua e de carros importados. Os cafetões de botecos e multinacionais. O eufemismo que criamos para nossas favelas (vilas), incorporado por um povo que só quer viver. Porto Alegre é uma cidade negra na cor da pele, é só prestar atenção. Tem praia, e se nossos pais não tivessem sido tão irresponsáveis estaríamos tomando banho no Gasômetro. Essa cidade tem cheiro de mijo e maconha, porque aqui todo mundo fuma e mija na rua. Aqui eu escolhi viver e não sei se agora abandono tudo de uma vez. Aqui me sinto em casa porque conheço todo mundo.
Será que conheço Porto Alegre? Sempre busquei o que existe de verdadeiro aqui. Como Joseph Mitchell, procurei as entranhas de minha cidade. Não existe ruim nem bom, existe Porto Alegre, e quem a ama gosta assim mesmo.
2 comentários:
Ela já foi explorada até o bagaço (me sinto um verme), está na hora de ver outras coisas. Porto vai morar pra sempre no nosso coração!
Afonso, dono do Rossi Bar
esse figura aí é meu pai!! :)
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