sexta-feira, novembro 30, 2007

Avohai

AC/DC já dizia que “Rock’n’Roll ain’t noise polution”. Pois bem, hoje veremos se a vizinhança da Lima e Silva concorda ou não com essa afirmação. É que tem Paranóia II e Histórias de Boêmio no Avohai.
O que eu não consigo entender é como o pessoal da música brasileira, aqueles que tocam Vinícius, Chico, Tom e outros quetais, nos agüenta fazendo barulho e falando merda por uma noite inteira. E ainda nos convidam para participar de um festival! Sim, vai ser dia 15 de dezembro, no Lami, com direito a banho no Guaíba e tudo..... sexo, drogas e ....... bem, nós vamos estar lá tocando, então vai ter um pouco de Rock’n’Roll.
Conclusão: Todos ao Avohai hoje à noite que o negócio vai ser pesado!

quinta-feira, novembro 29, 2007

Um fascista na Venezuela

O que se passa na Venezuela? Para tentar resolver essa questão, ZMentira mandou um “repórter” para Caracas. No seu “Diário da Venezuela”, publicado no site do jornal, encontramos uma série de pérolas:

- “O lado narcisista de Hugo Chávez está por toda a parte. São imensos painéis e murais espalhados por toda a cidade”. Não brinca!!! Por acaso em eleições (ou referendos) não se usam imagens? Seria como um estrangeiro se mostrar surpreso em meio a eleições no Brasil: “O retrato de Lula está por todas as partes.......”.

- “Um ou outro cartaz dos "contra" é visto, mas só nos bairros mais nobres da cidade. Será mais um referendo dos pobres contra os ricos”. Que bela constatação. Agora ele pode dizer para seus colegas que O POVO DA VENEZUELA QUER CHÁVEZ NO COMANDO!

- “O venezuelano tenta mudar a Constituição e emplacar sobretudo o artigo da reeleição ilimitada, numa maquiagem jurídica para legitimar um poder que se pretende vitalício”. Talvez tenham esquecido de avisar o cidadão de que para permanecer no poder o seu Chávez terá que ganhar as eleições. Por falar nisso, FHC não usou também uma “maquiagem jurídica” para ficar 8 anos no poder?

- “Chávez se acostumou a vitórias com amplo apoio popular. O problema é que pela primeira vez as pesquisas — se é que existe seriedade na avaliação dos institutos daquele país — indicam indefinição sobre o resultado”. É uma bela dúvida, a seriedade dos institutos de pesquisa venezuelanos, já que os nossos daqui são competentíssimos. E, vejam que estranho, Chávez conquista vitórias com amplo apoio popular.

Não defendo Hugo Chávez, e até acho que ficar muito tempo no poder é uma desvantagem. Agora, quem o elege é o povo da Venezuela, e o povo é soberano.
Mandar um repórter comprometido com a oposição a Hugo Chávez é um desrespeito com os leitores. Bem, fodam-se os leitores de ZMentira, começo a achar que eles têm o que merecem: o pior jornalismo possível.

quarta-feira, novembro 28, 2007

Imprensa argentina

Estou com a revista argentina Noticias de la semana, de 24 de novembro, em mãos. Apesar de não conhecer a fundo a imprensa dos hermanos, nem ser capaz de julgar de que lado a publicação está, algumas constatações aparecem logo na primeira lida.
Para eles, a palavra “ideologia” não é proibida e não tem qualquer sentido pejorativo ou negativo. Ideologia é ideologia. Em uma matéria sobre o novo ministro da Economia, Martín Lousteau, a revista coloca que:

“el virtual ‘equipo paralelo’ que armo en el Banco Província siempre funcionó bajo el concepto de que la evolución de la macro obedece principalmente a decisiones políticas e ideológicas. Es lo que él mismo piensa: ‘Yo tengo uma ideologia clara y apelo a las herramientas y a la mejor solución técnica a partir de ella’”.

“En pocas palabras: Lousteau – um economista atípico, ortodoxo por formación y keynesiano por vocación, heterodoxo para los liberales – hace rato a que está alineado políticamente a los Kirchner”.

Chega. Agora imaginem o frenesi das revistas e grandes jornais brasileiros se um ministro daqui chegasse a se dizer keynesiano e que toma decisões ideológicas na conduta da política econômica. Seria o caos.
A imprensa brasileira está dominada pelo discurso único neoliberal e parece não ter se dado conta de que o resto do mundo já não pensa mais assim. O Consenso de Washington faliu países, matou milhares de pessoas, acabou com economias e os colunistas e repórteres da Veja, Folha de São Paulo, Estadão, O Globo, e toda a turma ainda acham que é a salvação do País. Zero Hora escapa dessa crítica. Para eles neoliberalismo é coisa de comunista. O pessoal ali prefere um regime fascista. Não me espantaria encontrar proteções de tela nos computadores com fotos do General Franco. Bem, na verdade me espantaria, a sua ignorância não lhes permite saber quem foi Franco. Agora, do Capitão Nascimento eu garanto que tem.....

terça-feira, novembro 27, 2007

Juventude inútil

Foram 40 anos que tentaram de toda maneira mudar o mundo. O que nós, filhos do Rock’n’Roll, faremos agora que tudo o que julgávamos acreditar foi embalado num pacote comercial e jogado de volta na nossa cara como uma bomba de merda?
Realmente não é fácil. Onde está a resistência? Existe resistência? Os jovens parecem monopolizados por um mundo de Malhação, simulacro inatingível da realidade dos carros importados.
Somos uma geração de inúteis. Jim Morrison, por exemplo, tinha 27 anos quando morreu e parecia um velho, tamanha a sua obra. Eu tenho também 27, e o que fiz?
O que você fez?

segunda-feira, novembro 26, 2007

A construção da subjetividade

Num breve exercício de comparação, vemos como as notícias do Grupo não correspondem em nada com a verdade. Na Bolívia o pau está comendo por conta da tentativa do governo de mudar a constituição. Oposição e partidários de Evo Morales enfrentam-se nas ruas. Para Zero Hora não, só existe oposição. Comparação entre ZMentira e Folha de SP:

“Desde a sexta-feira, manifestantes reuniam-se nas proximidades do local que recebia a Assembléia para protestar contra o processo. Houve enfrentamentos com a polícia e com militares. Várias vezes os manifestantes tentaram romper o isolamento imposto na área.” (ZMentira)

“No sábado, milhares de cidadãos que exigem o traslado da sede do governo para Sucre saíram às ruas e se dirigiram ao local da sessão constituinte, cercada de policiais, militares e de camponeses que haviam chegado de várias partes do país para apoiar o governo e a Assembléia.” (Folha de SP)

Que estranho, no processo de Ctrl C / Ctrl V do “jornalista” da ZMentira sumiu a referência aos camponeses que apóiam o governo. Ele também esqueceu de referir que um policial foi linchado pelos manifestantes e de dizer que a polícia não usou armas letais na repressão aos protestos.
Este é o processo com o qual o jornal vai construindo uma subjetividade criminosa em seus leitores. Isso em relação a tudo. Esses dias fui testemunha do que isso faz na cabeça do povo. Um porteiro de prédio reconhecia que Lula era um bom presidente, que está colocando comida na mesa do povo, mas se dizia envergonhado por tamanha roubalheira. Perguntei o que ele achava do governo Yeda. “Coitada da mulher, ela está tentando salvar o Estado e os caras não dão colher de chá”.
Aí está, o Grupo domina corações e mentes com seu discurso de extrema-direita. Só a revolta salva. Não compre nada deles, faça suas próprias notícias. O mundo é muito maior que uma sala de redação na Avenida Ipiranga.
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Ps.: O jornal Folha de SP também é criminoso, mas tem vergonha de falar mentiras deslavadas.

quinta-feira, novembro 22, 2007

Marginais e marginais

O paradoxo dos marginais é que uns querem entrar e outros querem sair.
Na margem de dentro da sociedade de consumo existe um grupo de pessoas que busca uma nova ordem para suas vidas. Pessoas que até teriam condições de fazer parte do sistema, mas que, de uma forma ou de outra, descobriram que ele não funciona e não tem como se sustentar. Estes são a minoria e buscam alternativas de sobrevivência.
Na margem de fora, onde se encontra a grande maioria da população, o pessoal busca de todas as maneiras entrar no sistema. A gurizada trafica e rouba carros para comprar um Nike e passear com sua namorada no shopping. Os salários mínimos se matam de trabalhar para comprar produtos de novelas. É a violência da propaganda que gera a violência física.
A conclusão é que todos são dominados pelo mesmo grupo, do qual devem fazer parte umas mil pessoas, com suas esposas. Ninguém sai, ninguém entra e essa luta sustenta o luxo do pessoal dos carros importados. Não existe alternativa fora do número extremamente reduzido de exceções para confirmar a regra.
E nós, o que vamos fazer?

terça-feira, novembro 20, 2007

Falta o nome dos bandidos

Já falei sobre escravidão aqui, mas este parecia um assunto distante, coisa de São Paulo, Mato Grosso e Pará. Parecia. Em Cacequi, região central do RS, um grupo de trabalhadores era escravizado por uma madeireira.
Como sempre, a escravidão está intimamente ligada à monocultura. Lá no norte, cana, aqui, eucalipto. Acho engraçado que nos chamam de radicais quando falamos que essas empresas, e essas culturas, são criminosas. E o pior, com a negativa da Câmara dos Deputados em aprovar o projeto de lei que regulamenta a punição para quem mantém trabalhadores em regime escravocrata, tudo vai continuar na mesma. A tal empresa só precisa pagar uma indenização aos trabalhadores e fica por isso mesmo. Nada de desapropriação de terras, nada de cadeia, nem multa vão pagar.
O pior: ninguém sabe o nome da tal empresa. Será? Ou a imprensa não quer que mais alguns de seus amigos sejam prejudicados? Qualquer estudante do 1º semestre de jornalismo que fosse mandado para Cacequi descobriria em menos de cinco minutos o nome dos bandidos. E mais, criaram um eufemismo: “trabalhadores em condições análogas à de escravidão”. E eu chego a perder o sono pensando no que seriam as tais “condições análogas a de escravidão”.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Voltamos vivos da Babilônia

Voltamos vivos da Babilônia. São Paulo, e os paulistas, foram generosos conosco: feriado, cidade vazia. Quer dizer, vazia para São Paulo, ou seja, uma zona.
Seja como for, aproveitamos muito bem o tempo, e posso dizer que volto com um preconceito a menos. São Paulo é Rock’n’Roll; disso não há dúvidas. Já na chegada fomos para o Morrison Bar, na banda da Vila Madalena. Tributo a Janis e The Doors. Só consegui ver o finalzinho da banda de Doors porque o maldito aeroporto de Congonhas fechou e tivemos que parar em Guarulhos. Aí pega um ônibus, atravessa a cidade, com chuva....... Mas o que importa é o bar, e esse Morrison é do caralho. Uma mistura de Garagem Hermética (POA) com Revival Rock Bar (Caxias). Até porque acabou a banda e só tocaram clássicos, de Beatles a ZZ Top. Uma bela festa regada a Johnny Walker e Skol, ambos quentes e deliciosos.
Quinta-feira começou a chegar o resto da invasão gaúcha. Aliás, nem falei porque estávamos lá: parabéns Aline e Ale, um casamento dos mais.... hã..... sei lá....... nem tem o que dizer. Mas essa história vem só na seqüência, porque na quita fomos para outro bar, Café Piu Piu, onde tocou um tributo a AC/DC. Muito boa banda, com figurino e tudo. Vale ressaltar que começamos a beber por volta das 11h da manhã, então tentem fazer uma idéia de como estávamos às 5h da outra manhã. Isso que eu olhava para o amigo Sílvio e dizia “não consigo ficar bêbado”, e a resposta “nem eu”. Imagino alguém olhando de fora essa conversa. Era visível a embriagues dos cidadãos.
O dia seguinte foi todo voltado ao casório. Terno, gravata e tênis, porque eu não ia deixar barato para a hi society de São Paulo. E bota hi nisso. A cerimônia foi numa chácara, na descida para o litoral. Bela cerimônia, tanto que os marmanjos, eu incluído, tiveram que se retirar para esconder as lágrimas. Que momento.... e o pior, nem estávamos bêbados ainda. Mas eis que depois do lero-lero surge: uísque, champagne, cerveja, vinho, comilança e Rock’n’Roll. Pela primeira vez não precisamos arrumar briga com o cara do som numa festa desse naipe. E o melhor, para coroar a noite um show do Roberto Seixas, que se auto proclama, com toda a justiça, o melhor cover de Raul Seixas do Brasil. Tive ainda a honra de cantar “Rock do Diabo” com a banda. Na van, de volta para a cidade, protagonizamos belas cenas de destruição, que deixo aqui a cargo da imaginação do leitor. O bom da manhã (a essa altura já eram umas 8h) foi acordar os vizinhos, sempre uma diversão garantida.
Sábado. Ressaca, talvez a maior de todas. Vômitos a cada cinco minutos no banheiro da casa. Éramos a essa altura 13 pessoas, todas passando mal. Mas já era sábado e decidi conhecer um pouco da cidade. Peguei um ônibus para o Centro, em busca de um destino certo: Galeria do Rock. Já haviam me prevenido que o negócio estava em decadência. Fico a imaginar o que deveriam ser os áureos tempos, se hoje o lugar já é quase que uma faculdade do Rock. Comprei buttons do Kiss, uma camiseta do Raul e um disco do Free. Após uma conversa com o seu Rogério, da loja Medusa Record, sobre raridades como a banda de blues psicodélico venezuelana Ladyes W.C., disco pirata do Sabbath gravado em 68, bandas japonesas de hard rock, e outras bizarrices, tive que abandonar o local por conta de uma indisposição estomacal. Tentei chamar o Hugo na escadaria do Teatro Municipal, mas não tinha nada para vomitar. Até que a Mirela, minha namorada, comprou um suco de qualquer coisa da cor amarela que fez um bate-e-volta no meu estômago. Ainda tivemos tempo de dar uma voltinha pelo Centro e pegar um ônibus para casa. A noite acabou em churrasco e, adivinhem........ cerveja, é obvio.
Domingo, último dia. Saímos com um carro alugado rumo à Liberdade, visitar a feirinha dos Japoneses. O almoço foi um “tudo grande”, delicioso, feito ali na rua mesmo. A feira em si não tem a menor graça. O legal é ouvir os caras gritando no meio da rua “oshdnd huabhc kadhasydhb”, com cara de brabo, e depois dar um risinho no final. Esses japas são loucos........ Feito o rango, o grupo se divide: uma parte vai levar o amigo Mairon para puta que o pariu pegar um ônibus. A outra parte toca para a Avenida Paulista visitar o Masp. A construção é realmente impressionante, mas não vou pagar 15 pila para ver o que tem dentro. Prefiro ficar na praça fumando um cigarrinho e me sentindo um cidadão do mundo. Nós, gaúchos, somos provincianos ao extremo. Quer dizer, falo por mim.
Para encerrar a jornada, uma cervejinha num “boteco”, assim, entre aspas, porque cobre R$ 5,30 a garrafa. Isso não é boteco nem aqui nem na China. Arrumada a mala, pegamos o avião de volta, no horário. Estou quase morto, semi-vivo, meio bêbado, meio sem cérebro, mas feliz da vida.
São Paulo, quem diria, é Rock’n’Roll.

terça-feira, novembro 13, 2007

Fora Yeda!

Quem, por acaso, já ouviu falar sobre o envolvimento da dona Yeda no caso do Detran? Ninguém. Fico perguntando aos meus botões o que aconteceria se fosse o Olívio o governador. Um desastre. Provavelmente “o maior caso de corrupção da história do Rio Grande do Sul”, protagonizado pelo “governo mais corrupto da história do Rio Grande do Sul”.
Dona Yeda? Nada. Nadinha de nada. Pelas últimas notícias tenho até ficado com pena dela. Imagina, mais 30 suspeitos, todos do alto escalão do governo. Nunca um governador foi tão traído, apunhalado pelas costas por gente que julgava honesta....
Conta outra!!!
A imprensa deveria ter, no mínimo, o mesmo comportamento que teve quando a turma do Lula foi pega com a boca na botija. A mesma imprensa que ironizava o fato de Lula não saber das falcatruas, afirma categoricamente que a dona Yeda não sabia das suas falcatruas.
Mas acredito, ainda, que o povo não se engana mais. Depois da pauleira nos camelôs, ficou claro de que lado a polícia está. Agora, com este comportamento da imprensa, fica também claro de que lado ela está.
Duro é ver o Lasier Martins perguntar “por que a PF expõem homens probos, homens de bem e de bens, homens brancos, homens bem nascidos?". Será que é a turma dele que está sendo presa? Será que ele jogava um futebolzinho na cobertura? Será que ele também mamava nessa teta?
P.S.: Hoje tem Histórias do Rock na rádio web PutzGrila, a partir das 20h. Sintoniza!!!

segunda-feira, novembro 12, 2007

Compre uma carroça

Estamos todos muito preocupados com o aquecimento global. Que mundo deixaremos para nossos filhos? Terão eles água? Verão eles um céu azul, estrelas? Existirá ainda a imensidão do Pampa Gaúcho? A Floresta Amazônica? Poderão eles tomar um banho de mar, de rio, de lago?
Preocupações......
Resolvemos dar a nossa contribuição para esse problema. A partir de hoje o blog Devaneios na Calada lança a campanha:

Compre uma Carroça!!!

Além de contribuir para a diminuição do aquecimento global, você terá toda a terapia que significa o contato com os animais, no caso o cavalo, melhor amigo do gaúcho. Seu problema é stress? Então não seja uma das pessoas que se atucana no trânsito, deixe que os outros se atucanem com você. Diminua seu ritmo de vida, viva feliz. Nem tudo precisa ser feito agora.
Abandone seu carro! Compre uma carroça e seja feliz!

PS.: Amanhã tem Histórias do Rock na rádio web PutzGrila, programa especial The Doors, a partir das 20h.

quarta-feira, novembro 07, 2007

Maconha e Amazônia

Vocês já devem ter percebido que eu gosto do site da BBC. É que, como diria um professor meu, eles brigam menos com a notícia. Pois hoje eles colocam a seguinte manchete: "Jovem que fuma só maconha é 'mais sociável', diz estudo".
Como se ninguém soubesse disso. Claro, todo mundo sabe, mas ninguém fala. Inclusive é ridícula essa sociedade hipócrita que vivemos. É uma planta, porra!!!

Outro assunto. A revista Rolling Stone publica a matéria "Asfalto selvagem". Pequeno trecho: "Desde que a BR-163 e a Transamazônica foram abertas, 675 mil quilômetros quadrados de floresta já foram derrubados em toda a chamada Amazônia Legal, cerca de 16,5% da floresta original, para dar lugar a pastos e plantações".

Precisa comentar?

terça-feira, novembro 06, 2007

100

Putz! passei das 100 postagens e nem fiz uma comemoração especial!!!
Bueno, agradeço a quem lê essas bobagens, desabafos, análises, críticas, viagens, loucuras, enfim, devaneios do dia a dia.
Espero que ao longo desse tempo eu possa ter dado uma contribuição, nem que seja para uma risadinha naquela hora que o cara já não aguenta mais o trabalho.....

Gracias y hasta luego!!!

segunda-feira, novembro 05, 2007

Morreremos de fome ou de gordura

Eu tenho dito que o governo brasileiro tem uma sanha incontrolável de voltar ao século XVII. Gigantescos canaviais, trabalho escravo, uma elite que não trabalha e o povo.....
Bem, o negócio está cada vez pior. A revista Carta Capital desta semana traz informações importantes, e assustadoras. Quem planeja investir em etanol aqui no Brasil é a mega-empresa Archer Daniels Midland (ADM), uma das responsáveis por matar o povo dos Estados Unidos de gordura.
Se no século XVII nós éramos colônia de Portugal, hoje somos uma colônia globalizada. “Entre as empresas estrangeiras no mercado de etanol estão ainda as francesas Tereos e Louis Dreyfus, as americanas Cargill, Bunge e Globex, o Noble Group (multinacional com sede em Hong Kong) e a argentina Adeco Agropecuária. O megainvestidor norte-americano George Soros, que se diz um ‘especulador do etanol’, também anunciou que pretende investir 900 milhões de dólares na produção de álcool no Brasil nos próximos cinco anos”.
Enquanto isso, dezenas de trabalhadores morrem de cansaço nas colheitas, e quem não morre fuma crack para aliviar a dor.
Enquanto isso, milhares de famílias estão na beira das estradas esperando por um pedaço de terra para plantar comida e sobreviver.
Enquanto isso, os alimentos estão cada vez mais caros e menos diversificados.
É, eles querem mesmo que nos alimentemos de suco de eucalipto com etanol.

sexta-feira, novembro 02, 2007

Made in Brazil

Depois de horas em frente ao computador por conta da maldita monografia (um dia eu ainda acabo), nada como uma cervejinha. Boto um rock no MP3 (sim, agora sou um cara tecnológico), passo no mercadinho, onde compro quatro latas, e vou para a casa do amigo Pedro Fonseca. Lá funciona a rádio web Putz Grila.
Microfone aberto para o mundo e começo a destilar a mesma ladainha que os leitores deste blog estão acostumados: Rock’n’Roll, anarquismo e veneno contra a imprensa mentirosa. Duas horas e quase um engradado de bira depois, estou pronto para uma noite de “Rock de Verdade” com o Made in Brazil, no Garagem Hermética.
Este é um daqueles eventos que ninguém pode perder, assim como Camisa de Vênus, Velhas Virgens, Cólera e ..... bem, acho que é isso.
Lá estamos, após uma breve parada no Bambu’s, eu e a meia dúzia de gatos pingados que ainda sabe dar valor às coisas boas da vida. Não que o bar estivesse vazio, digamos que tinha um público médio, mas eu mesmo já toquei lá para mais gente e é certo que o Made merece muito, mas muito mais que isso. A emoção amplificada pelo álcool me faz gastar uma fortuna em uma camiseta da banda. Não dá nada, estou a fim de interpretar o papel de fã idiota.
Durante o show aquela fumaceira no corredor dos banheiros e grandes clássicos do Rock nacional: Minha vida é o Rock’n’Roll, Paulicéia desvairada, Uma banda Made in Brazil.... uma verdadeira aula de Rock.
Logo após o show passo para as entrevistas. Sim, a bebida, além de despertar meu lado fã idiota, também despertou o jornalista. E lá fui com o gravador em punho coletar histórias. Algumas delas têm todo o potencial para virar lenda. Que tal o Celso Vecchione tocando guitarra e ouvindo discos do Elvis na casa do Sérgio Dias e do Arnaldo Baptista, e entre eles um piá de merda chamado Luiz Carlini?
Chega por aqui. Vou deixar um gostinho de quero mais para que alguém ouça o programa especial Made in Brazil que farei na Rádio Putz Grila. Comunicarei o dia e a hora aqui neste endereço.
Bom fim de semana!!!!!

quinta-feira, novembro 01, 2007

Etanol

Geralmente os sites de notícias falam todos as mesmas coisas. Há muito pouca variação. Uma das grandes fontes de matérias para eles, portais e jornais, é a BBC. Todos os dias, suas principais notícias aparecem repercutidas em toda a rede. Só quando interessa.
Hoje notei um estranho silêncio virtual sobre a matéria “Corrida por biocombustíveis prejudicará pobres, diz Oxfam”. A Europa já exige que o etanol que entra no continente seja produzido de forma sustentável e existe um movimento para que a exigência seja estendida para a responsabilidade social.
Constata-se que o desejo incontrolável do governo de fazer o Brasil voltar ao século XVII é tão útil quanto fazer um furo na água. Não vamos vender etanol para ninguém, a não ser que o Congo tenha um incrível surto de desenvolvimento e sua população passe a andar de carro a álcool. Ou, quem sabe, a Costa do Marfim?
Eis que a imprensa silencia. Seria uma ótima maneira de desmoralizar o governo, mas as atitudes de direita e reacionárias são ignoradas. Eles fazem todos parte do mesmo partido político, cujo projeto é um neoliberalismo escravocrata e submisso aos interesses das grandes empresas multinacionais e seus empregados aqui desta terra.
Essa ficou bonita, hein? Pior que é a pura verdade......