terça-feira, janeiro 25, 2011

Vamos fazer um filme

Certa volta, exercitando a filosofia de bar, depois de umas cinco ou seis ampolas do elixir da felicidade, um grande amigo diz: “tudo bem, muito bonitas essas idéias, mas nem todo mundo pode ser artista”. E agora? É verdade. Nem todo mundo pode ser artista. Até porque a genuína felicidade é amiga íntima da simplicidade. É se embriagar no sol ao lado da churrasqueira com a família depois de uma semana de trabalho. É assistir uma comédia no cinema. Passear de mãos dadas com o amor da vida sem rumo por estradas desconhecidas. Escutar uma boa música pelo prazer de simplesmente não fazer nada.

E agora? A arte da simplicidade. Como não somos todos artistas, se criamos dia após dia as ferramentas do prazer? Aquele que se recusa a ser apenas um espectador da vida é um artista. Está no caminho rumo a simplicidade da descoberta, da criação da felicidade da existência. Mas e a verdade? Nós fazemos a verdade, a realidade, a vida. O momento de criação do momento de prazer. Arte. Arte de viver. Arte de saber por que viver. Um mundo de artistas seria belo. Cada um concentrado na criação do seu próprio prazer. Assim estaríamos todos livres para viver. O individualismo perfeito. O individualismo de vivermos juntos na liberdade de criar nosso próprio mundo. Liberdade de buscar o prazer e a felicidade com a compreensão de todos que esse é o verdadeiro objetivo. Fim da prisão.

Poderemos desenvolver nosso próprio mundo, nossa própria linguagem de mundo e expressar nossos sentimentos secretos sem medo? A revolução de mudar os olhos. O medo e a agonia de mudar. Superar o medo no caminho do prazer e criar a vida. Quando estaremos prontos para isso?

Música. Arte. Alguém pode nos ajudar. O Blues cura, dizia John Lee Hooker. Podemos buscar a visão dos artistas, a vanguarda que pode nos ajudar a abrir os olhos, que nos acompanha na superação do medo. Música. Ouço Legião Urbana., “Vamos fazer um filme”. Poucas palavras plenas de significado. Vamos fazer um filme. Vamos ser os artistas criadores de nossa própria vida. Vamos. É fácil. É difícil. Mas não temos alternativa. Vamos?

“Achei um 3x4 teu e não quis acreditar
Que tinha sido há tanto tempo atrás
Um bom exemplo de bondade e respeito
Do que o verdadeiro amor é capaz
A minha escola não tem personagem
A minha escola tem gente de verdade
Alguém falou do fim-do-mundo,
O fim-do-mundo já passou
Vamos começar de novo:
Um por todos, todos por um

O sistema é mau, mas minha turma é legal
Viver é foda, morrer é difícil
Te ver é uma necessidade
Vamos fazer um filme


E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?

Sem essa de que: "Estou sozinho."
Somos muito mais que isso
Somos pingüim, somos golfinho
Homem, sereia e beija-flor
Leão, leoa e leão-marinho
Eu preciso e quero ter carinho, liberdade e respeito
Chega de opressão:
Quero viver a minha vida em paz
Quero um milhão de amigos
Quero irmãos e irmãs
Deve de ser cisma minha
Mas a única maneira ainda
De imaginar a minha vida
É vê-la como um musical dos anos trinta
E no meio de uma depressão
Te ver e ter beleza e fantasia.

E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
E hoje em dia, vamos Fazer um filme
Eu te amo”

Um comentário:

Unknown disse...

Mas que incrível!