Hoje em dia o Rock’n’Roll é um movimento de resistência. Por mais absurda que possa parecer, essa afirmação é verdadeira.
O Rock, desde a sua criação, viveu sempre imerso num paradoxo incontornável: rebeldia e comercialização. Elvis Presley é um exemplo emblemático. Um jovem branco tocando música de negros nos Estados Unidos dos anos 50 era um tapa bem dado na cara do sistema. No entanto, o que ele queria? Comprar um carro e uma casa para sua mãe. Nada mais justo. Afinal, o que mais poderia querer um rapaz pobre do Tenesse? Depois do estouro inicial das suas gravações pela Sun Records, Elvis foi “vendido” para o empresário Coronel Tom Parker. Este não entendia nada de Rock’n’Roll, mas entendia muito de dinheiro. Coronel costumava dizer que quando conheceu Elvis ele tinha o potencial de um milhão de dólares em talento. “Agora ele tem um milhão de dólares”. Faço minhas as palavras de Roberto Muggiati, em seu livro Rock: do Sonho ao Pesadelo: “o drama de Elvis é que a partir do momento em que se tornou o novo rei da canção nos Estados Unidos, perdeu a vida própria e passou a ser manipulado para fins comerciais ou até para efeitos propagandísticos”.
O mesmo aconteceu com milhares de outros artistas, de todas as tendências e épocas. Porém o que diferenciava os verdadeiros rockers é que eles aproveitavam os sucesso para passar uma mensagem. Neste quesito, John Lennon é um símbolo. Depois do fim dos Beatles, todos os seus atos eram medidos para ter uma repercussão política. Bob Dylan, Jim Morrison, Iggy Pop, Lou Reed, Raul Seixas, Cazuza, nenhum deles jamais reclamou do dinheiro que ganhou, mas nem por isso deixaram de passar sua mensagem. Ou seja, o objetivo não era o dinheiro, ele era apenas uma conseqüência.
Hoje vemos uma total inversão de valores. Por quê um jovem faz uma banda de Rock? Para virar Rock Star, ganhar dinheiro e ficar famoso. Ele não tem nada para falar, e é até melhor que não tenha. O dinheiro entra para quem anda na linha, não arruma complicação, não usa drogas, não vive no subúrbio, não sabe o que se passa na sociedade. Ou seja, quem ganha dinheiro são imbecis esterilizados. O mercado apropriou-se do que lhe interessava no Rock, acabou com sua subversão e rebeldia e o transformou em apenas mais um produto da sociedade de consumo. Entretenimento e culto às celebridades instantâneas; foi isso o que sobrou da “Revolução Jovem” que abalou o mundo na segunda metade do século passado.
Chega de desabafo, vamos aos fatos. Tenho freqüentado o Garagem Hermética nos finais de semana. É, provavelmente, o único lugar que coloca músicos de Rock a tocar sexta e sábado por um preço acessível. O público médio varia de 60 a 100 pessoas por noite. Segundo Fernando, o dono do boteco, “o dinheiro não dá nem para pagar as contas do bar”. Pergunto, tentando causar uma polêmica: “então quer dizer que o Rock morreu”? “Claro! Há muito tempo! As pessoas se enganam quando pensam que todo mundo gosta de Rock. Imagino que 90% dos que realmente gostam, e pagariam para ver boas bandas, já são casados, têm filhos, o que dificulta sua saída na noite. Os outros 10% não estão nem aí para os artistas. Para eles Rock é só uma pose, uma fantasia que colocam para sair de casa. Então o que eles fazem? Alugam uma casa abandonada, contratam um DJ e forram o bolso de dinheiro”. A essa altura da conversa já começo a ficar preocupado, imagina se ele fecha o bar? “Não, alguém tem que ser a resistência”.
Graças a Deus, ou melhor, ao Pai do Rock, que ainda temos pessoas assim, que acreditam no verdadeiro sentido do Rock’n’Roll. Viva a Resistência!!!
O Rock, desde a sua criação, viveu sempre imerso num paradoxo incontornável: rebeldia e comercialização. Elvis Presley é um exemplo emblemático. Um jovem branco tocando música de negros nos Estados Unidos dos anos 50 era um tapa bem dado na cara do sistema. No entanto, o que ele queria? Comprar um carro e uma casa para sua mãe. Nada mais justo. Afinal, o que mais poderia querer um rapaz pobre do Tenesse? Depois do estouro inicial das suas gravações pela Sun Records, Elvis foi “vendido” para o empresário Coronel Tom Parker. Este não entendia nada de Rock’n’Roll, mas entendia muito de dinheiro. Coronel costumava dizer que quando conheceu Elvis ele tinha o potencial de um milhão de dólares em talento. “Agora ele tem um milhão de dólares”. Faço minhas as palavras de Roberto Muggiati, em seu livro Rock: do Sonho ao Pesadelo: “o drama de Elvis é que a partir do momento em que se tornou o novo rei da canção nos Estados Unidos, perdeu a vida própria e passou a ser manipulado para fins comerciais ou até para efeitos propagandísticos”.
O mesmo aconteceu com milhares de outros artistas, de todas as tendências e épocas. Porém o que diferenciava os verdadeiros rockers é que eles aproveitavam os sucesso para passar uma mensagem. Neste quesito, John Lennon é um símbolo. Depois do fim dos Beatles, todos os seus atos eram medidos para ter uma repercussão política. Bob Dylan, Jim Morrison, Iggy Pop, Lou Reed, Raul Seixas, Cazuza, nenhum deles jamais reclamou do dinheiro que ganhou, mas nem por isso deixaram de passar sua mensagem. Ou seja, o objetivo não era o dinheiro, ele era apenas uma conseqüência.
Hoje vemos uma total inversão de valores. Por quê um jovem faz uma banda de Rock? Para virar Rock Star, ganhar dinheiro e ficar famoso. Ele não tem nada para falar, e é até melhor que não tenha. O dinheiro entra para quem anda na linha, não arruma complicação, não usa drogas, não vive no subúrbio, não sabe o que se passa na sociedade. Ou seja, quem ganha dinheiro são imbecis esterilizados. O mercado apropriou-se do que lhe interessava no Rock, acabou com sua subversão e rebeldia e o transformou em apenas mais um produto da sociedade de consumo. Entretenimento e culto às celebridades instantâneas; foi isso o que sobrou da “Revolução Jovem” que abalou o mundo na segunda metade do século passado.
Chega de desabafo, vamos aos fatos. Tenho freqüentado o Garagem Hermética nos finais de semana. É, provavelmente, o único lugar que coloca músicos de Rock a tocar sexta e sábado por um preço acessível. O público médio varia de 60 a 100 pessoas por noite. Segundo Fernando, o dono do boteco, “o dinheiro não dá nem para pagar as contas do bar”. Pergunto, tentando causar uma polêmica: “então quer dizer que o Rock morreu”? “Claro! Há muito tempo! As pessoas se enganam quando pensam que todo mundo gosta de Rock. Imagino que 90% dos que realmente gostam, e pagariam para ver boas bandas, já são casados, têm filhos, o que dificulta sua saída na noite. Os outros 10% não estão nem aí para os artistas. Para eles Rock é só uma pose, uma fantasia que colocam para sair de casa. Então o que eles fazem? Alugam uma casa abandonada, contratam um DJ e forram o bolso de dinheiro”. A essa altura da conversa já começo a ficar preocupado, imagina se ele fecha o bar? “Não, alguém tem que ser a resistência”.
Graças a Deus, ou melhor, ao Pai do Rock, que ainda temos pessoas assim, que acreditam no verdadeiro sentido do Rock’n’Roll. Viva a Resistência!!!
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