quinta-feira, agosto 09, 2007

A firma

As vilas de Porto Alegre continuam gerando boas histórias. E aprendizado.
É impressionante como a cultura empresarial consegue se infiltrar em todos os estratos da sociedade. O tráfico de drogas é a perfeita realização do capitalismo, com seus jogos de poder, lucro, consumo, distribuição, logística, marketing, e “fidelização” do cliente. Reproduzimos aqui um simples diálogo cheio de significados:

- Pô meu irmão, não me diz que tu veio até aqui à toa.
- Qual é?
- Me diz tu, o que vai ser? 50g?
- É, o tradicional.
- Aí que tá. Estamos com pouca maconha.
- Me diz o que tu tem então.
- Só temos essas pedrinhas de um, que cortamos só para a gurizada não ficar sem.
- Quantas rola?

O cara fica pensando um tempo, deixa uma com outro para ir esmorrugando, e sai para conversar com a "base". O baseado já está pela metade quando ele volta.

- Dessas aqui eu posso te dar umas 20, mas se tu quiser eu busco lá com um outro cara que tem as 50g. Só que sai mais caro, 50/60, e o fumo é meio palha. Não, na real eu nem vou lá para não te sacanear. Depois tu não volta mais...... sabe, isso aqui não deixa de ser uma firma, temos que satisfazer o cliente.
- Não, tranqüilo. Eu levo esses 20 e volto outra hora.
- Feito. E toma aí mais 5 de brinde. Pra semana que vem eu prometo um esquema gabarito.
- Falou.
- Falou.

A história continua.....

Um comentário:

Anônimo disse...

Rock e rock.Jornalismo é pulsação.Rock.Procure o excepcional que pode virar cotidiano,onde a história, em momento de inspiração exaltada,revela uma nova singularidade. Beba todas,fume todos e ame intensamente todas, uma de cada vez.Para ser verdadeiro intenso. Deixe registros de todas as histórias. Deixe rastros. Nós, jornalistas somos os verdadeiros historiadores. Não perca o rumo, da absoluta irreverência. Fraternalmente, wu.