Uma geração que se pergunta constantemente como mudar o mundo. Que se pergunta o que é mudar o mundo. Que se pergunta sobre a possibilidade de mudar o mundo. Que se pergunta o que é o mundo. São tantos. Que caminham por ruas com cabeças nos céus. Não se conhecem. Quando conversam, se encontram. Não vislumbram respostas. Não têm foco. Nada que os possa unir. Nada de ideologias, nada de movimentos. Um exército de solitários sonhadores espalhados pelo mundo. Iguais na sua angústia. Igualdade global. Iguais, talvez, no desejo de parar. De colocar um freio no mundo. Desejo de pensar. De que todos pensem o absurdo que nos tornamos. Espantados com a pequeneza do mundo. Ainda tudo muito novo para conhecer, para se encontrarem. “Pare o mundo que eu quero descer”. Falta de tempo para perguntas, quanto mais para respostas impossíveis. Nada de revolução, de revoltas. Apenas um desejo desesperado de tempo. De conhecer o tempo. De usar o tempo para nada. Desejo de liberdade do tempo. Desejo de encontrar. Qualquer coisa que se possa pensar. Qualquer coisa que valha a pena. Nem que seja um suspiro de vida. Desejo de utopias que sejam nossas. Desejos impossíveis e necessários. Nem que seja para acordar. Para que venha a coragem de abrir os olhos. Coragem para encarar o céu, as ruas, as pessoas. Coragem de buscar um sentido, qualquer que seja. Somos solitários. Nos grupos que sorriem entre copos nos bares, em salas de aulas, nas fábricas e escritórios. Somos solitários e um dia nos encontramos. Percebemos que não temos palavras. Temos desejos tão secretos que não falam. Buscamos. Ainda não. Pensamos. Ainda não. Desejos. Discutimos possibilidades sobre as quais não acreditamos. Jogamos palavras até que... quem sabe. Na confusão algum sentido. Buscamos e pensamos. Ah, se todos pudessem pensar. Antes de tudo, parar o mundo. “Pare o mundo que eu quero descer”.
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