terça-feira, fevereiro 01, 2011

Salto no desconhecido

Paixão por livros. As ferramentas que nos ajudam a abrir os horizontes do mundo. Entender e duvidar, questionar, observar e descobrir os segredos de pequenas passagens que insistem em nos surpreender. Existem coisas sobre as quais não podemos falar. Quem diz é o cozinheiro bangla que toma uma cerveja depois do expediente de 10 horas sem intervalo, sentado na escadaria de um prédio escondido entre ruas desertas de uma cidade que dorme no frio. “Não podemos falar sobre a felicidade. Ela vem do coração, e o coração não se comunica por palavras. Nós não pensamos a felicidade. Ela aparece e some antes de se tornar palavra”. Um cozinheiro. Que esqueceu por um momento sua vida de merda. Que conhece o segredo dos livros mesmo longe das bibliotecas. Quem é capaz de encontrar as palavras do coração? Aquelas que estão do lado oposto de qualquer tipo de lógica racional? Aquelas que dão o verdadeiro sentido da vida, que transformam a vida? Que tipo de conhecimento é esse que perseguimos sem jamais alcançá-lo? Talvez seja o tipo de conhecimento capaz de mudar alguma coisa de verdade. O mesmo pelo qual procuraram os grandes humanos que tentaram falar com o coração. A imensa quantidade de livros que mudaram e ainda mudam vidas. Porque o mundo é uma vida. Devemos agradecer a todos aqueles que, geração após geração desde o princípio da humanidade, lançaram suas próprias vidas no desconhecido e tentaram procurar as palavras que lá se escondem. Caçadores de palavras. Arquitetos malucos que projetam pontes entre o coração e a mente. Que derrubam as pontes conhecidas pelo simples prazer de criar a necessidade de novas pontes. A revolução do desconhecido. E não duvidem: é ali que está o nosso futuro. E ele é para todos, ou pelo menos para aqueles que tiverem coragem de saltar no desconhecido.

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